O Pequeno Príncipe



Direção: Stanley Donen
Roteiro: Alan Jay Lerner
Ano de produção: 1974

Inspirado na obra de Antoine de Saint-Exupéry



Pois é, eu vou falar aqui de um filme que passava na sessão da tarde dos anos 70 e 80, mas que hoje eu vi pela primeira vez na vida no Telecine Cult. E esse filme é O Pequeno Príncipe, cujo livro inspirado eu já havia lido (se não me engano ainda no ano passado). Na verdade, li esse livro duas vezes. Na primeira vez eu não estava realmente interessada, e li como quem lê um mesmo anúncio colado no ônibus todo dia. Depois, não lembro bem porque eu quis lê-lo outra vez, mas sei que foi aí que eu compreendi a essência do livro.
Não sei dizer se há agressividade o suficiente pra afirmar que seja uma crítica, mas se for, é destinada a um tal de senso-comum que a gente chama de envelhecimento. A gente pode envelhecer por fora, mas a alma só envelhece se deixarmos que ela murche e que ela perca interesse pelas simplicidades, como quando somos crianças. E quando o somos, vemos sempre um novo dia, nos interessamos por tudo, imaginamos; e quando crescemos, parece até que esse mundo morre e só fica uma lembrança embaçada do que fomos um dia. Eu poderia ser criança pra sempre, e acho que não é muito fácil. Caso eu tenha a sorte de não ser corrompida pela sujeira da sociedade...
O Pequeno Príncipe é isso, é uma eterna criança, talvez como Peter Pan, mas no sentido de sempre enxergar as coisas além do que se pode ver com os olhos: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos”.Também vejo no Pequeno Príncipe o amor verdadeiro, a sua fidelidade pela sua rosa, a sua felicidade em possuí-la e dizer que ela é única, e, em contradição, a sua tristeza ao descobrir que no planeta Terra há tantas rosas iguais a do seu planeta. “Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando as contempla”. No entanto, ele ainda se sente responsável por sua rosa, e volta ao seu planeta por ela.
Quanto ao filme, a representação da história é fiel ao livro, o menino, principalmente, lembra muito os desenhos de Saint-Exupéry. Uma parte que gostei tanto no filme como no livro, é o seu encontro com a raposa. No filme a aproximação é um musical, o que torna a coisa um tanto cansativa, daí a minha preferência pelos livros, mas não deixa de ser boa.
O que eu aprendi e continuo aprendendo com o Pequeno Príncipe é justamente a frase mais conhecida: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”, o que é uma verdade, e uma grande verdade. Não é fácil encontrar amigos de verdade, muito menos pessoas de verdade, se você estiver procurando apenas alguém que te ouça e não faça mais nada, bem, está cheio de gente assim por aí, mas se você quiser alguém que queira te conhecer e te chame a atenção quando você precisar, aí você terá que cativá-lo. E quando você cativa é que vêm as responsabilidades. Não basta fazê-lo. Faça e tudo lembrará a pessoa da sua existência, e com esse tipo de sentimento se deve ter muito cuidado: o amor.

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