O show de Truman


Quando o seu momento é buscar a liberdade; quando seus sonhos são apenas encontrar a paz; quando o seu desejo é explorar, expandir, crescer, ir além – quando a sua vida não é o que você quer, o que você faz?


Christof é o demônio controlador que brinca de deus. Não estou me referindo a anjos e demônios de forma religiosa, até porque esse não é o meu forte. O que é brincar com uma vida? Truman nasceu na Tv, cresceu na Tv, todas as suas ações controladas e observadas, poucos momentos de privacidade. “O show de Truman”, como “Click”, é do tipo que você não sabe se ri ou se chora, e tem sua moral. Quer dizer, qual o significado da vida? Qual é a verdade? Será que nós devemos acreditar em tudo o que vemos? Será que devemos levar tudo tão a sério? Somos apenas fantoches? O que é que há lá em cima, depois das nuvens, depois da Lua, depois do horizonte, depois do que se vê? Nossas sombras refletem no céu?
Tantas coisas pra pensar, tantas coisas pra fazer. Mal se percebe o quanto as coisas são monótonas, e o quanto nos prendemos porque temos medo. É mais fácil se esconder no escuro do que enfrentá-lo, mas se não enfrentá-lo, como sabê-lo? Como saber o que é real se não temos coragem de conhecer, se temos medo do desconhecido?
E você assiste esse filme e tem ódio de Christof. Mas pense se você também não é como ele. Controla pessoas, quer que façam o que você precisa, mente, suborna, ambiciona. Vê se você não tem também seus pecados, mas também pense se o outro não tem o dele, e se também não é humano, se todos não somos humanos, se todos não somos seres sentimentais. Todo mundo já ouviu aquela velha história de que a sua liberdade acaba onde começa a do outro. Quando Truman chega no fim daquele mundo de mentiras e toca a parede, ele chega no início da sua liberdade, mas atrapalha a de Christof, que agora a programa não mais é seu, Truman não é mais seu, a audiência não é mais sua – a gente vê quando os policiais logo procuram um outro canal depois que acaba a transmissão.
Passe a perceber se você não está sendo apenas empurrado, se não está sendo controlado, pense mais em seus sonhos, faça mais o que você quer, não seja bom, mas seja humano. Tenha objetivos, e não fique satisfeito com tudo. Isso até parece auto-ajuda, mas não é, isso é felicidade.

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Não estou falando de férias de verão


Não estou falando de férias de verão. Estou falando de férias de inverno. São essas férias em que você sempre espera mais: mais tempo, mais diversão, mais viagens, mais pessoas. E contradição, são essas férias as de menos. Simplesmente porque não são férias. É um recesso. Não sei por que chamamos férias. Duas semanas. Duas semanas idiotas, porém, tão esperadas ! Curtas, ingênuas, tediosas. Na verdade, depende um pouco do que você faz com o seu tempo, e eu não recomendo que ninguém acorde três da tarde, a não ser que você esteja em depressão, o que não é fato.
No momento, eu só quero aproveitar o tempo, porque duas semanas, sinceramente, é uma gota no oceano se relacionarmos aos meses de estudo, e a enxaqueca do simulado, aos testes de física, aos desentendimentos matemáticos, à preguiça – ninguém merece acordar cinco da manhã, por isso três horas da tarde me parece satisfatório !

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Tchau


Não tem vida melhor! Nem tem vida que basta! A vida é curta, curta demais, mas a vida é, sobretudo, extrema. A vida é x e y, a vida é o que não conhecemos e, ao mesmo tempo, exploramos. A vida é essa condição de estar e não estar - é estar sob esse céu e sobre essa terra; e não-estar sobre esse céu, e, ainda, não-estar sob essa terra. A vida é quando há, quando existe, quando sente, quando se expõe, quando se impõe, quando cai, quando quebra a cara, quando chora e ri, quando luta e perde, e luta e ganha, quando tem que ignorar, quando tem que aceitar, quando tem que se proteger, e quando tem que proteger o outro. A vida é o melhor! A vida não basta!
E lá fora a festa corre: pessoas felizes, pessoas tristes, pessoas que disfarçam tristeza com sorrisos feios, pessoas que dançam, pessoas que sentam e comem. Eu não quis mandar eles felizes pra casa, nem quis mandar eles tristes. Nem quis que eles se sentassem no meio-fio, nem quis que eles parassem no meio da calçada e me esperassem. Ou quis?
Eu apenas estava. Mas não mórbida. Estava ativa. Comigo mesma e com os outros, mas há ação, reação e conseqüência, e sobre isso eu não posso fazer nada. Mesmo que quisesse.
A vida não basta. Espero que um dia nos vejamos de novo. E que até lá nossos pecados sejam esquecidos e perdoados, que você não me odeie e que eu seja melhor.
Tchau.

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Srta. sabe-tudo-sobre-rock


Eu Tenho outra amiga. O nome dela é Ju. Percebe-se que as minhas amigas parecem todas ter nomes monossilábicos. Mas a Ju é Ju porque é abreviação mesmo, e até que esse apelido combina com a cara dela. Eu acho que a Ju tem cara de criança feliz e inconveniente, e às vezes eu acho que ela tem cara de alienígena, e às vezes eu acho que ela tem cara de gótica, e às vezes eu acho que ela tem cara de Ju.
Por incrível que pareça, a Ju também é baixinha, o que significa que além de todas as minhas amigas terem nomes monossilábicos elas também são pequenas que nem eu. Na verdade, eu acho que até a Ju está maior que eu atualmente, só a Na consegue ser menor que eu. Eu não tenho certeza porque essa fdp não vem pra Resende pra gente medir na parede da cozinha ( da cozinha?).
Ah sim, a Ju mora lá no Amazonas, em SGC, o telefone dela é (...), o CPF dela é (...), o número da identidade dela é (...), e outras demais informações confidenciais, clique no (...) e saberá. As opções serão: 1. Para consultar a Ju, 2. Para consultar a mãe da Ju, 3. Para não consultar porra nenhuma. Enfim...
A Ju usa umas roupas muito fodas que não são emos ( eu acho ). A Ju é descolada ( aê ), mas ela também usa All Star. A Ju é lezadinha, e inconveniente, e gosta de ver hentai. Ela atualmente é uma sabe-tudo-sobre-rock. Não sei o que aconteceu, mas parece que ela chegou no meio do mato, encontrou os índios e descobriu que a civilização indígena é mais barra pesada que a civilização paulistinha. Fala aí, Ju, você puxa ou não um narguilé?
A Ju é a única pessoa do mundo que sai correndo nua do banheiro porque tem medo do filme Os 13 fantasmas. Mas ela também é uma espertona da vida. Sabe essas pessoas que pensam rápido? É a Ju. Sabe essas pessoas que sempre que você olha pra elas você tem vontade de apertar as bochechas? É a Ju. Sabe essas pessoas que fazem de tudo na internet ( tipo comprar papel higiênico, comentar no Orkut dos outros, hackear MSN, ter fake em todo lugar )? É a Ju.
A Ju também é tarada, né não? Ela tem aventuras fakes com Ronys Wesleys e Malfoys da vida. Sei que eu sei. Agora eu já não sei mais, porque a internet do norte é uma bobba*.
*para maiores informações clique bobba* bobba*
Acho que eu vou bater na Ju agora pra ela parar de jogar na minha cara que conhece coisas de rock e guitarra mais que eu. Só porque eu fiquei sem paciência pra continuar meus aprendizados? >_____________>
Enfim, Ju, volte para casa! Volte para sua família! Já posso imaginar você correndo num campo de papoulas, a câmera lenta foca bem a sua cara de criança feliz e retardada, depois foca a cara da Nicolita, aí vocês se abraçam e chove. Aí a gente pode começar as produções para um clipe em que todo mundo aparece nu e dançando. (:
Por que será que toda vez que eu falo de você ou com você só sai coisa sem sentido?

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Só uma coisa


Hoje eu acho que só preciso dizer uma coisa: nós somos apenas palavras nos parágrafos da vida, e por isso temos que aproveitar nossos espaços e tentar fazer sentir a força dos nossos significados – assim, podemos agregar adjetivos ao nosso redor, bem como advérbios, artigos, e toda uma gramática de morfologia. Só pra quem manja ;)

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Super estreia


“O surpreendente no efeito obtido por Yates é a simplicidade dos meios que ele utilizou: primeiro, uma paleta de cores fechada, que privilegia o chumbo e torna os tons vivos, quando aparecem, dramáticos e cheios de prenúncios; uma faxina nos sets, para fazer da escola de bruxos Hogwarts um ambiente medieval e austero; depois, enquadramentos muito profundos, que, por colocarem boa distância entre o primeiro e o último planos, sugerem que há coisas que não se podem discernir nem desvendar; e, por fim, a ênfase no rosto dos atores.”


Seja como for e independendo do enredo, um filme tem que ser muito bem produzido pra convencer quem vê, pra despertar emoções e pra levar pessoas do mundo inteiro a se tornarem fãs: o filme se torna uma febre. É claro que, ultimamente, tem surgido muito lixo cinematográfico por aí, e por incrível que pareça, as pessoas adoram. Mas vamos lá, estamos falando de Harry Potter, e não de qualquer coisa. Harry Potter não é como os filmes comuns, não é algo que surge e passa, mas sim algo que vem e nós esperamos pelo próximo, e pelo próximo e pelo próximo... E ficamos agonizando um ano inteiro, só sustentando nossas vontades com os filmes passados, decorando as falas, percebendo os detalhes – principalmente aqueles em que os quadros se movem, adoro aquela girafa enorme! -, procurando novidades e vendo cenas que foram cortadas ou making of.
Acho que eu nunca esperei tanto por um filme como esperei por esse. Li todos os livros, e o Enígma do Príncipe foi um dos que eu mais gostei, depois do Prisioneiro de Azkaban. Eu sou dessas que prefere o livro ao filme, é lógico que no livro tudo é muito mais imaginativo e detalhado, mas, acima de tudo, a J.K. escreve maravilhosamente bem, e se você lê os livros você entende muito melhor. Nos filmes a coisa fica um tanto que picada, e falta pedaço. É esperado que você tenha um conhecimento prévio da história, quem leu o livro antes de ver o filme sai entendendo muito melhor.
Mas apesar da soberania dos livros, eu espero os filmes ansiosamente. Talvez pela atuação, talvez pelos cenários, é tudo como você imagina quando lê os livros. Acho que isso acontece em parte porque eu só me interessei a ler os livros depois que já tinha visto o segundo filme da série, daí o que você imagina fica um pouco distorcido pelo que você viu. Duvido que eu imaginaria o Daniel Radcliffe como Harry Potter se tivesse lido o livro antes de ver o filme! Ah, mas deixa! A produção é excelente! O clima do filme é fiel ao clima do livro, tudo meio misterioso, meio fantástico.
Das produções, se tem uma cena que eu gosto muito é aquela, do Prisioneiro de Azkaban, em que um passarinho vem voando tão feliz e passa perto do salgueiro lutador, aí você sabe o que acontece. Esse salgueiro lutador é fascinante, tem também uma cena em que todas as folhas dele caem, adorei.
Mas enfim, esse HP6 promete, já está demorando! Eu esperei um ano por isso, mas realmente não vou entrar na sala de cinema esperando que o filme saia tão bom quanto o livro, é impossível.

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Para bananada


Eu tenho uma amiga. O nome dela é Na e ela mora na beira do rio, mas ela não é da população ribeirinha não, ela mora num apê legal, só o que atrapalha ela é que de manhã sempre passa a chalana buzinando e ela acorda puta – eu fico imaginando ela acordando puta. Um momento de reflexão. < - > Então, a Na é burguesinha, burguesinha, burguesinha ! E delicinha –q. Ela tem uma bunda grande. Sabe por quê? Porque ela fica no MSN o dia inteiro comendo panquecas e doces ( bala Juquinha, pé de porco, algodão doce, bananada, pé – de – moleque, manjá, chocolate, leite moça, murangas, ovada, ovo frito, ovo cozido, ovulada, óvulo de peixe, enfim ), e o que acontece é que a comida vai pra bunda. A bunda dela deve ser doce. Reflitam.
A Na tem uma bisa que é muito legal. O olho da bisa dela é azul. A bisa dela vai pras festinha da escola e fica jogando bingo, ela deve ter uns 80 anos ( reflitam ). A Nicole gosta da bisa da Na, e a bisa da Na gosta da Nicole. Elas, quando se encontram, têm tanto papo que eu não sei da onde vem. Só que eu não estou aqui pra falar nem da bisa nem da Nicole, mas sim da Na.
Pois então, a Na usa roupas emos, mas ela não é – eu acho ( reflitam ). Ela usa all star, coletinho e blusa com desenho de gravatinha. A Na se acha ! É, ela anda na rua com aquela cara de blasé e vai olhando geral de cima assim pensando “quem é esse fulezinho aê?”, a Na é fodona ! Sabe o que ela me disse esses dias, que o negócio dela é motor ! O sonho dela é ser mecânica e andar no meio de um bando de homi sujo de graxa, né não, Ná? Rá, safadona ! Mentira, gente. A Na é uma menina de família, ela é boazinha e inocente ( ah, sei ! ). O sonho da Na é ser design de moda e ter uma loja. Na verdade, eu acho que ela quer fazer uma grife dominar o mundo com ela.
A Na às vezes eu acho que ele é um extraterrestre, porque ela tem uma risadinha muito, muito estranha. E quando ela chora ela ri. É bem estranho. Mas a Na, acima de tudo, é uma inconveniente, por isso que ela é minha amiga. Bate aí, Na \o
A gente nesses eventos de anime que tem por aí não dá certo. A Na fala com todo mundo ! Foi com ela que eu aprendi a ser retardada e a comer. Mas sabe o que mais me surpreende? Que ela come, come e come e não cresce ! Ela é a única pessoa do mundo que consegue, pode e é menor do que eu ! Imagina ! Eu tenho 1,59 m. Reflitam.
A Na, eu gosto muito dela. Na, eu te amo ! Você é importante pra mim *-* Não morra, nem se mate ! Eternamente Aninha bananada !

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Summerhill





Existem dois tipos de coisas na vida: as de que você gosta e as de que você não gosta, acho que dá até pra incluir uma terceira coisa, que é aquela que você gosta demais. Eu sempre penso nisso quando vou pra escola. Sabe que escola se inclui no grupo das coisas que eu odeio. Mas tem que ir. “Estude, o conhecimento é a herança que os seus pais te dão e que você nunca vai perder”, o japinha falou. Eu até concordo. Mas hoje eu estava lá morgando legal na aula de matemática porque eu não captei o sentido de aprender logaritmo. A Vandaime mesmo falou assim que logaritmo não servia pra por** nenhuma, e que quem inventou foi um cara que não tinha absolutamente nada pra fazer e decidiu inventar moda pra dificultar a vida de estudante do segundo grau que está morrendo de agonia por causa do vestibular. É, e o pior é que essa droga cai no vestibular.
Faz, eu acho, que um mês que a gente está estudando logaritmo e até hoje eu não sei fazer o básico. Também nem estou ligando mesmo. Sei que na hora da prova eu estudo um dia antes, sei de tudo um dia antes e no dia da prova, depois eu ponho o pé fora da sala e o “conhecimento” se esvai. Por isso eu acho que não faz o menor sentido você ter que estudar uma coisa que você tem certeza que nunca vai usar na sua vida!
A minha professora de filosofia comentou na aula de segunda sobre uma escola que existiu a Inglaterra que se chamava Summerhill. Pondo Wikipédia nisso temos: “Summerhill se destaca por defender que as crianças aprendem melhor se livres dos instrumentos de coerção e repressão usados pela grande maioria das escolas. Todas as aulas são opcionais, os alunos podem escolher as que desejam freqüentar e as que não desejam.”
Bem, eu nunca tinha imaginado que alguém seria louco de fundar uma escola assim, completamento contra os padrões da sociedade. Mas se você pensar bem, isso remete um pouco à Grécia antiga, quando, nas ágoras, se reuniam os seguidores dos sábios para ouví-los ensinando. E cada um seguia quem quisesse e aprendia o que quisesse. Vê só que a Grécia é o berço da filosofia, e lá não tinha essa de ficar forçando gente a estudar o que não quer.
Talvez se isso fosse aplicado nos dias de hoje a gente tivesse mais vontade de aparecer na escola 7 horas da manhã. Não posso dizer que todo mundo fosse ter interesse por aprender alguma coisa, mas isso seria coisa que se corrigiria com o tempo. Tipo, quem não estuda não consegue nada na vida, e as pessoas iam perceber isso, e iam querer estudar por conta própria, mas iam estudar o que quisessem – uma questão de identificação.
De modo que o que tinha que ser mudado é o sistema de ensino, extremamente formal e extremamente irracional. O que deveria permanecer é o fato de que a pessoa tem que ter qualificação pra trabalhar – isso é imodificável.
Finalizando por aqui, eu li na revista sobre o filho do escritor David Gilmour, o nome dele é Jesse. O pai dele permitiu que ele deixasse a escola com 15 anos desde que ele assistisse os filmes que pedisse. Acho que alguns filmes realmente ensinam mais que a própria escola. Não só documentários chatos sobre evolução da vida e meio ambiente, mas há filmes fictícios que dão lições de vida e nos fazem refletir sobre coisas (“Muito além do Jardim”, “O caçador de pipas” cujo livro com certeza é melhor, apesar de eu nunca ter lido, “Memórias de uma gueixa”, que não é totalmente fictício mas é muito bom, “Click”, que pode ser comédia mas se você pensar bem sobre ele leva uma filosofia sobre aproveitar o tempo, bem como “Sociedade dos poetas mortos” que mostra o carpe dieam) e, de uma forma ou de outra, isso eleva nosso pensamento intelectual – nos torna mais críticos diante de situações e potentes para mudar a sociedade ao nosso redor.

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Aos meus amigos


As pessoas entram e saem das nossas vidas o tempo todo. Podem sair porque querem, podem sair pelas condições, podem sair porque nós as afastamos, podem sair mesmo sem querer. Mas há algumas que mesmo o tempo, ou a distância, ou as brigas e separações não podem tirá-las de nós. E por quê? Tudo porque nós as amamos e precisamos delas para ser felizes. Isso nos leva a perdoar as mais intensas brigas, esquecer a distância, contar os segundos para reencontrá-las, chorar e sentir saudade.
Sozinhos ou não, há certas pessoas que nos são essenciais.
Esses dias eu estava pensando no passado – que as pessoas fazem isso sempre, mesmo as mais alvoroçadas. Naquela época nós criticávamos tanto nossos professores e pisávamos nos calos de nossos amigos. Eu especialmente a toa, e bem a toa, ficava na defensiva. Mas hoje, mesmo que julgue mal os arrependimentos, eu me arrependo. Sim, eu me arrependo, e muito, de não ter aberto mais o leque, de não ter sido mais parte da turma, de não ter abraçado meus amigos e não ter contado todos os meus segredos a eles.
Agora nós temos pouco tempo. Só de pensar que lá atrás, nem um ano faz, tínhamos a semana toda, e hoje temos menos de um dia, bate saudade. As pessoas são outras. Acredito que apenas uma brisa possa levar essas da minha vida. Mas as outras... Meus amigos, amigos que são mesmo amigos, nem a mais forte ventania poderia levá-los embora. O que nós fizemos, o que passamos, o que pensamos e planejamos, o que falamos, tudo ficou na minha memória e no meu coração.
Amigos não se perdem nunca. Amigos não deveriam morrer nunca – como mães. Isso porque amigos têm papel de mãe, irmão, professor, conselheiro, cachorro, crítico, guarda e fugitivo. E eles são dessas pessoas que entram na sua vida e correm o risco de nunca mais sair. Não me esqueço que eles são muito poucos, e são raros, poderia contar nos dedos de uma mão só, se tivesse seis dedos nela.
Infelizmente, há coisas que vão e não voltam mais. Eu queria tanto voltar o tempo, consertar tanta coisa, aproveitar mais o que perdi, o que deixei passar por capricho, medo ou vergonha. Que eu queria, eu queria. Mas eu penso o seguinte: melhor deixar o passado lá onde ele ficou mesmo, agora é pé no chão. Não vou deixar passar mais momentos, não vou deixar passar mais amigos, e não vou deixar que os que eu tenho fiquem pra sempre.
São vocês, os amigos, que fazem a vida ter sentido. Porque eu ainda não sei se existe amor eterno, mas amizade eterna eu sei que existe.

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